segunda-feira, 20 de julho de 2009

Parabólica

Greves: Uma
semana decisiva

As três categorias de servidores em greve no Estado terão uma semana de definições. Desta segunda a quarta-feira, trabalhadores do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran), da Secretaria de Educação e da Saúde promovem assembleias para decidir se continuam parados ou voltam ao trabalho. Em comum, demonstram insatisfação com a postura do governo, que só discutirá reivindicações financeiras a partir de outubro.

O clima de acirramento entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) e a pasta comandada por Danilo Cabral não deve acabar tão cedo, avisa o presidente da entidade, Heleno Araújo. Nesta segunda, a categoria aciona a Justiça para tentar derrubar a decisão do governo de não pagar o Bônus de Desempenho Educacional (BED) a quem permanecer em greve até quarta-feira.

“O benefício refere-se a 2008, por isso deve ser pago a todos os que trabalharam regularmente nesse ano e obtiveram o direito. Numa atitude mesquinha e arbitrária, o governo usa esse instrumento para pressionar a categoria. E se a greve estivesse um fracasso, como diz o governo, não seria necessário usar esse artifício”, alfineta Heleno Araújo.

Nesse domingo, o Sintepe utilizou o horário nobre em canais de televisão para divulgar que estava em “luta justa” e que a greve é legal. Desde a semana passada, a diretoria anunciou que um pronunciamento, gerou expectativa, mas não apresentou novidades. O sindicato não informou quanto gastou na propaganda.

Nesta segunda, às 14h, os docentes promovem aula pública na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife. No dia seguinte, decidem se continuam a paralisação. A assembleia está marcada para as 14h na quadra do antigo Instituto de Educação de Pernambuco (IEP), em Santo Amaro, área central. Os professores reivindicam reajuste de 19,2% no piso salarial de R$ 950, definido por lei. A Secretaria de Administração do Estado alega que a categoria concordou em receber aumento apenas em 2010.

Do lado dos trabalhadores da saúde, parados há mais de 40 dias, a queda de braço não é apenas com o Estado. A disputa política dentro do SindSaúde provocou um racha entre a direção, que defende a volta às atividades, e a maioria dos manifestantes. Segundo a coordenadora do sindicato, Perpétua Rodrigues, as Secretarias de Administração e de Saúde concordaram, por exemplo, em realizar concurso. Mas o acréscimo no salário só entra na negociação em outubro.

A sindicalista ressalta que a seleção pública é urgente. “No Hospital Otávio de Freitas, por exemplo, há 20 pacientes para cada auxiliar de enfermagem. Queremos o concurso até novembro”, afirma. No que diz respeito à remuneração, servidores da saúde brigam por aumento de R$ 415 para R$ 919 no caso dos auxiliares. O vencimento dos assistentes passaria de R$ 520 para R$ 1.150 e o dos analistas, de R$ R$ 1.170 para R$ 2.290.

Até a data da assembleia, prevista para quarta-feira no auditório do Hospital da Restauração, Centro da cidade, o SindSaúde espera nova proposta governamental. Enquanto isso, nada de protestos nas ruas. Apenas mobilizações para convocar a categoria a comparecer à votação dos rumos do movimento.

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