quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Parabólica


Porta-voz da população

Tendo como palestrante o publicitário Cléo Nicéas, a Frente Parlamentar de Comunicação realiza, hoje, das 9h às 17h, em Nazaré da Mata, a sua primeira reunião. Com palestras, debates e coletas de sugestões, a Comissão Técnica da Frente pretende ouvir e ampliar todo o conhecimento sobre os problemas e soluções da cadeia produtiva da comunicação do Estado. Vale dizer ainda que, ao todo, serão 12 reuniões na Região Metropolitana do Recife e mais 11 distribuídas nas microrregiões do Estado. Educação, Mídia Digital, Comunicação Participativa, Economia, Instituições e Legislação serão os eixos de discussão abordados nos encontros. “O objetivo é o de ser porta-voz das entidades, de seus representantes e da população para mudanças no setor legislativo e, ao final, com novas soluções, através de Projetos de Lei, Requerimentos e Indicações. Facilitando a vida daqueles que fazem a comunicação no nosso Estado”, afirmou o presidente da Frente, deputado Ricardo Costa. Os demais membros são os deputados Ângelo Ferreira, Aluísio Lessa, Eriberto Medeiros, Everaldo Cabral e Tony Gel.

Recesso - O recesso da rede estadual terminou, mas não para os alunos da Escola Irmã Magna, em Nova Descoberta, pois os 800 alunos foram surpreendidos com a interdição da instituição. Os engenheiros da Gerência Regional de Ensino (GRE) condenaram as sete salas por conta das rachaduras e infiltrações. Até agora, a Secretaria de Educação não solucionou o problema. Os alunos estão sem aula e sem saber onde irão estudar. E, amanhã, haverá uma reunião, às 14h na esola, para resolver as pendências.

Sabe com quem tá falando?

A leitora Verônica Freire denunciou o absurdo que passou, no último fim de semana. Quatro banheiros químicos foram instalados, em sua calçada, no sábado, na Rua Júlio Ramos com a Rua Alegre, em Água Fria, para a festa da Rádio Clube,e e só foram retirados na última 2ª.-feira. Ela, que viajara com a família, foi pega de surpresa ao chegar em casa. A pessoa, que cuidava da residência, disse que ainda interpelou os "instaladores" dos banheiros, mas levou como resposta: "Quem manda na calçada é a prefeitura!"

Problemas antigos

Os problemas, na Escola Irmã Magna, em Nova Descoberta, são antigos. Quando chove, os alunos estudam com rato e escorpião nas salas, os ventiladores estão quebrados e os alunos comem em pé, por falta de espaço para colocar as cadeiras.

Indignação

Buraqueira generalizada e muita lama afligem os moradores da Rua Campo Grande, em Candeias e, para piorar, só ônibus, caminhões a carretas conseguem passar. Os cidadãos estão pra lá de indignados com o descaso da Prefeitura de Jaboatão.


Solidário

O “Desfile de Moda Provitta”, da Urbanas Promoções e Eventos, acontece,hoje, 19h, no Espaço D’Hartes, na Rua das Ninfas, 278, na Boa Vista. Arrecadará fundos para as crianças com câncer no IMIP. Informações: 3371.1377 e 9909.2570.


GAC - O Chevrolet Hall é o novo parceiro do GAC-PE e pacientes e ex-pacientes, assistidos pela instituição, terão acesso aos eventos e shows realizados no local. A informação é da Signos Comunicação (www.signocomunicacao.com.br).

Pediatras - Por iniciativa da vereadora e pediatra Doutora Vera Lopes (PPS), a sessão solene de hoje, às 15h, na Câmara Municipal do Recife, comemora o Dia do s Pediatras e homenageia médicos e médicas das crianças.

Adelmo - Adelmo dos Passos faz shows, às 5ª. e 6ª- feiras deste mês, às 15h, na Casa da Cultura (entrada gratuita). Hoje, lança o CD “Ser Tão Pernambucano”, homenageia Luiz Gonzaga, cantando frevos e maracatus gravados pelo Rei do Baião.

Oratória - Curso de Oratória com Excelência é promovido pela DH2 Assessoria, neste sábado, pela consultora empresarial Ana Rique Inscrições: R$ 60,00 e informações: (81) 3427.1099 e www.dh2assessoria.com.br.


Poesias (Robson Sampaio)

Saudade danada...

Recife,

cadê teus arraiais,

canaviais, mucamas

e sinhazinhas?

- Casa-Grande

Recife,

cadê teu forró,

ciranda, maracatu

e frevo?

- Carnaval

Recife,

cadê teu mar,

pontes, praças

e rios?

- Beberibe e Capibaribe

Recife,

cadê teus boêmios,

bares, batida gelada

e mulheres?

- Poesia

Recife,

não mais te encontro

e sinto uma saudade

danada...

Almas do Recife

Versos, versos e mais versos

a povoar de almas o Recife.

Poemas em cada esquina,

em cada bar e em cada desilusão

enchem e perfumam ruas e bairros:

da Aurora ao Recife Antigo.

São pedaços de cada um de nós,

poetas, vivos ou mortos.

Eles, como nós, teimam em poemar

a vida no Recife e a não

dormir com a morte.

Versos, versos e mais versos!

Assim são os poetas,

a povoar de almas o Recife.





AntiCristo?

Ele não nasceu numa manjedoura,
nasceu na favela mesmo.
Não teve uma linda estrela a guiar
os passos de ilustres visitantes,
mas, apenas, uma vela acesa e uma
solidão a dois.
Não teve José e Maria,
só teve Severina mesmo.

Não cresceu feliz ao lado dos pais e
nem era dotado de luz.
Cresceu nos becos e nas esquinas
das ruas sujas,
povoadas de vícios e misérias.
Não ensinou o bem,
porque só aprendeu o mal.
Não fez milagres,
porque já não existem milagres.

Em comum com Jesus,
só mesmo o sofrimento e,
talvez, a morte.
Por causa da maldade dos homens,
um morreu crucificado na cruz
para salvar a todos nós.
Enquanto ele, crivado de balas,
numa rua imunda,
com o título de marginal.
Nem por isso, são tão diferentes.

Robson Sampaio - 18/12/2008 – Site: Interpoética - 2009

Recife Antigo

Nos botequins de ontem,
relembro velhos e novos amores
e carrego, por ruas e becos,
o presente e o passado,
simbiose de eterna saudade.
Então, batem as lembranças:
nada mudou no Recife Antigo,
onde poetas, bêbados e vagabundos
vagueiam, à noite, feitos zumbis.

Somos os sonâmbulos da boemia,
animais sedentos de amor e de paixão,
que recolhem pedaços da carne
só para salvar a alma e, assim,
alcançar o perdão.
Nada mudou no Recife Antigo,
onde as faces sofridas se multiplicam
iguais e com sulcos talhados de dor…

Somos os compositores das canções da vida,
os poetas dos poemas passageiros,
os artesãos que juntam trapos e confeccionam,
diuturnamente, o eterno uniforme do Recife Antigo.
Formamos o cordão dos desesperados,
de alegrias furtivas, de sonhos perdidos
e de vontades saciadas, quase sempre,
em corpos estranhos.

Mas, nada mudou no Recife Antigo,
onde a sinfonia prossegue até o clarear dos arrecifes.
E, nós, em passos trôpegos, buscamos a Estrela Guia,
entoando o canto mágico do faz de conta.
Assim, transformamos o nada em tudo
e o imaginário em imaginação,
enquanto a música melosa é ouvida mais forte
nos puteiros do Recife Antigo.
Onde, nada muda…

Desabafo

Eu queria falar

Faltaram palavras

Eu queria gritar

Faltou voz

Eu queria chorar

Faltaram lágrimas

Eu queria sorrir

Faltou alegria

Eu queria ser bom

Faltou compreensão

Eu queria ser mau

Faltou coragem

Eu queria ter fé

Faltou crença

Eu queria ser feliz

Faltou você

Nossos olhares…

Nos olhamos

E ela foi embora

Levando o meu olhar…

Pouco antes,

Nos cumprimentamos

Como se fossemos

Estranhos…

Logo depois,

Ela foi embora

Levando o meu olhar…

E eu fiquei,

Até hoje, com os

Olhos do seu olhar…

Agosto

A ventania varre o Recife todo.

É agosto. Mas, não varre a miséria,

a sujeira e a indignidade.

Porém, prenuncia o calor do verão.

É o mês do desgosto?

Nas ruas, becos e pontes, esvoaça saias,

despe o recato e reimagina vontades,

enquanto as mulheres sonham com

a vadiação…

Alegria?

Aos homens, suscita o bem-querer

e estimula a bebedeira do dia-a-dia.

Agosto, desgostos, vontades e vadiação…

Apocalipse das tentações?


Recife (Noturno)

Só gosto de ti à noite,
quantos os abstêmios dormem
e os boêmios saem às ruas
em busca do nada.

Só gosto de ti à noite,
quando batem lembranças
de amor e de sonhos perdidos
no tempo.

Só gosto de ti à noite,
quando me debruço sobre
ver a minha alma e a chorar
a dor do mundo.

Só gosto de ti à noite,
quando pertences por inteiro
aos boêmios, vagabundos
e poetas.






“Uma ruela estreita, espremida...”

* Robson Sampaio

A ruela é estreita, fedida e com poucas casas espremidas, amarelas e rosadas.

Contudo, se a noite for boa, as casas estremecem com o dobrar do burburinho da madrugada, das conversas banais e das promessas mentirosas. Rosa, morena jovem e faceira, nos seus 20 anos, não viu as mulheres chegar e outras tantas partir... O flerte já não mais existe naquela ruela estreita, fedida e com poucas casas espremidas, amarelas e rosadas.Para Rosa, dinheiro na mão, calcinha no chão... Ela não conhece ainda e nem sabe que há um drama em cada pedaço de carne exposta naquele bazar humano, mas, apenas, a certeza do prazer descompromissado. Tal qual um produto cotidiano na prateleira da vida, onde o sexo é primeira necessidade...

Eugênia, 65 anos, a mais velha moradora daquela ruela estreita, fedida e com poucas casas espremidas, amarelas e rosadas, suspira com saudades... Recorda os antigos bordéis, onde os malandros faziam a abordagem com uma Corte de ginga, gírias e palavras doces. Sem tristezas e com um ar sonhador, olha o quadro empoeirado no alto da parede azul do quarto. Acaricia-se com os olhos e relembra a moça cheirosa, vaidosa e cobiçada dos velhos tempos. Era um tempo tão bom que não imaginava que ia acabar. O recato despia-se na penumbra... Eugênia carrega o presente sem queixas e contempla o futuro sem névoas. E divaga com as visões de um passado que, como a própria expressão sugere, é nostálgico...

Porém, se a noite for boa, certamente, naquela ruela estreita, fedida e com poucas casas espremidas, amarelas e rosadas, o domingo amanhecerá mais tarde. E nessa hora furtiva da manhã tardia, haverá mulheres a chegar e tantas outras a partir... Tanto Rosa quanto Eugênia, dirão: “Enquanto houver homem e mulher, haverá sexo”. E, seguramente, uma passagem sem volta naquela ruela estreita, fedida e com poucas casas espremidas, amarelas e rosadas...


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