sexta-feira, 17 de julho de 2009

Poesias

Sina desventurada?

Robson Sampaio

A ventania fria
é o cobertor diuturno
das crianças maltrapilhas
e magricelas.

O teto? Ah,o teto!
São as marquises dos pardieiros
caindo aos pedaços, fantasmagóricos,
a assombrar o Velho Bairro do Recife.

Os colchões são as calçadas
esburacadas, fétidas e com
enormes partículas de poeira a cobrir
o dia-a-dia dos miseráveis
e dos abandonados.

E o destino?
Ah, o destino!
É sina desventurada,
de gente sem nada,
de gente sem gente,
de vida sem vida...

14.07.09 (Inédita)

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