terça-feira, 23 de outubro de 2012

Parabólica




Violência contra o idoso

Esta é, sem dúvida, uma ótima notícia: profissionais de saúde das Unidades de Pronto Atendimento UPA’s, da Região Metropolitana do Recife, começaram a notificar os casos de violência contra o idoso e fazendo os encaminhamentos para solução dos problemas. A ação está sendo executada pela Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH). A primeira unidade capacitada sobre as notificações de violência foi a de Olinda e,desde a semana passada, a UPA da Imbiribeira que atende, mensalmente, a cerca de 13.000 pessoas, passou a realizar esse trabalho. O objetivo é orientar os profissionais de saúde como lidar com os casos de maus tratos ou outros tipos de violência contra pessoas idosas, que chegam às unidades. Esclarecendo que, após o atendimento médico, as vítimas podem ser encaminhadas às delegacias da Polícia Civil, Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ou conselhos municipais e estaduais.



Prêmio - O Paço Alfândega venceu o Prêmio Newtown Rique de Sustentabilidade, concedido pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), durante o 12º Congresso Internacional de Shopping Centers e Conferências das Américas, em São Paulo. O Projeto Paço Sustentável, que recoloca ex-detentos no mercado de trabalho, levou a premiação máxima. É o segundo ano consecutivo que Pernambuco vence nessa categoria. Em 2010, o Shopping Guararapes ficou em primeiro lugar.




Cadê, o asfalto?

O leitor Rogério Alves denuncia que, desde 2006, os moradores da Rua Comendador Figueirôa, no Janga, aguardam a pavimentação da referida via. “Já fomos a diversas reuniões, na Prefeitura de Paulista e, até com o chefe de Gabinete do prefeito, e ninguém resolve nada. Por ser uma obra do PAC, procuramos a Caixa Econômica Federal, que também nada resolveu. Já são seis anos e ainda temos dois moradores esperando as indenizações dos seus imóveis, durante este mesmo período do asfalto”, afirma Alves.



Assaltos com motos

Moradores do Embrião, em Ouro Preto, Olinda, estão apavorados com os marginais assaltando com motos. Já pediram policiamento e nada. Dizem que é uma tortura e não podem nem sair de casa, principalmente, nos finais de semana.



Reforma

Cidadãos reclamam da demora nas obras de reforma da Praça Alvorada, em Jardim Brasil II, em Olinda. Segundo eles, os serviços arrastam-se, há mais de dois anos, e a responsabilidade é da Secretaria Estadual de Esportes.



Canal

Em atenção à nota “Descaso”, a Emlurb diz que o canal da Rua Oceânico, no Ipsep, já recebeu serviços de limpeza este ano. Pede que os moradores não joguem lixo no local e que a coleta é às 2ªs., 4ªs. e 6ªs., no período diurno.



Férias - A Escola Técnica Leiaut iniciou as inscrições para o Curso de Férias na área de Programação e com novas turmas novembro, dezembro e janeiro. Informações: 3081.5552 e 3223.0387.



Rio - Pisei na bola: a “Exposição Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga” não vai até 5 de novembro, no Santander Cultural, no Bairro do Recife, como publiquei, ontem. Ela começa naquela data.


Boff - Leonardo Boff estará, na Unipaz Recife, no Seminário Como Cuidar da Vida em Tempos de Mudanças”, no dia 27 próximo, no Mar Hotel, em Boa Viagem. Inscrições: 3244-2742, 97251415 e www.unipazrecife.org.br.


Botox - Abertas inscrições para o Curso de Toxina Botulítica, conhecida como botox. Inédito no Nordeste é destinado a cirurgiões -dentistas. Inscrições: (81) 3974.5767, 9494.2358 e www.cursodetoxina.com.br.




Partido-verde-do-jaboatao.

O Partido Verde do Jaboatão, em reunião da sua executiva no dia 22 de outubro aprovou nota de solidariedade aos membros e filiados do Partido que foram exonerados no último dia 12 pela Gestão Tucana sem prévia comunicação ao partido que faz parte da base do Governo Elias Gomes e teve nos últimos quatro anos a liderança do seu Governo na Câmara dos Vereadores.

O PV entende que o prefeito tem todo o direito constitucional e democrático para fazer o que bem entender com os comissionados, no entanto, que o respeito entre os Partidos que fazem parte da base deveria ser seguido institucionalmente, isso, para não ser de ordem pessoal, o que não houve em nenhum momento.

Nossos filiados merecem repeito e nós da Executiva entendemos que se não estavam desempenhando bem o papel para o qual foram indicados, que fizesse a comunicação antes da exoneração.
Roberto Santos
Presidente PV Jaboatão



Carminha e a seca no Nordeste

Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco


É reconhecido não só no país a qualidade das telenovelas brasileiras que tem grande aceitação em várias partes do mundo como produto de entretenimento.

A novela “Avenida Brasil”, que teve em seus últimos capítulos recorde de público (em torno de 80 milhões de pessoas), foi recentemente a grande sensação nacional. Estima-se que de cada 3 televisores ligados, 2 estavam sintonizados na novela. Nos dias que antecederam o término do folhetim o assunto da grande mídia foi à abordagem diária com relação ao destino dos personagens. O horário de exibição das 21 às 22 horas, era sagrado, e tudo parou no país. O mais importante era saber quem matou Max? O que acontecerá com Carminha? E Tufão? Obviamente este interesse maciço da população trouxe enormes benefícios financeiros para a rede de televisão que transmitiu a novela. Fala-se que ao longo dos meses de apresentação dos capítulos (março a outubro), mais de 1 bilhão de reais foram arrecadados com os anúncios feitos no horário nobre.

Mas o que tem haver este interesse midiatico pela telenovela com a seca no nordeste brasileiro que é noticiada desde os tempos do Império, e que traz tantas desgraças aos brasileiros e brasileiras da região?

A atual seca que atinge pouco mais de 15% do território brasileiro não é comum, é a pior no Nordeste das últimas três décadas. De acordo com especialistas, é mais intensa e acontece de 30 em 30 anos, em média. Assim como a seca deste ano, outras também marcaram a história do povo nordestino. As mais famosas foram as de 1983/84, 1935 e 1887, que provocaram a morte de quase 500 mil nordestinos. Segundo números do Ministério da Integração Nacional, 525 municípios da região estão em situação de emergência, e outros 221 sofrem efeitos da estiagem e aguardam avaliação da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Todavia a seca se repete ano a ano e tem causa natural. Daí não se pode combatê-la e sim conviver com ela. A carência de chuvas é típica de regiões semi-áridas, e tem se intensificado pelos danos ambientais e a total desproteção do rio São Francisco e de sua nascente, além do descontrole no uso da água na irrigação. São outras partes dessa equação desastrosa que traz tanto sofrimento e morte para as populações mais pobres.

A indústria da seca e o coronelismo ainda resistem à custa de tantas vidas perdidas. Sob novos nomes e novos programas, o que vemos é a continuação de um processo histórico com a perpetuação do sofrimento e da miséria a favor do lucro de alguns.

Em particular, neste contexto, vejamos o caso de Pernambuco. O Estado que tem se destacado pelos elevados índices de crescimento econômico, e pela propaganda exacerbada mostrando uma administração estadual moderna, com uma gestão eficiente e diferenciada de seus governantes; esconde a incompetência e a falta de interesse e compromisso político para dar inicio ao fim do flagelo que atinge hoje 121 municípios (dos 185 existentes) que estão em situação de emergência. Segundo a assessoria de Comunicação Social da Casa Militar, existem 1.184.824 pernambucanos e pernambucanas (população total próxima a 8 milhões) afetadas pela estiagem. Dos 121 municípios atingidos, 59 são do Agreste, 56 do Sertão e 6 da Zona da Mata.

As medidas tomadas pelo governo federal são as mesmas de outros anos, liberação de recursos (anunciou da liberação de 2,7 bilhões de reais pelo Ministério de Integração Nacional, que nunca chega no destino final), distribuição de cestas básicas, carros pipas, etc, etc,... Quanto ao governo estadual foram anunciadas medidas paliativas, populistas, verdadeiras “esmolas” comparados aos investimentos públicos e privados de mais de 50 bilhões de reais que estão sendo investidos no Complexo de Suape. Infelizmente estes anúncios oficiais são insuficientes, pois faltam medidas de caráter definitivo. São “oportunistas” e contam com o apoio de lideranças de agricultores e representantes de organizações da sociedade civil cooptados, que se calam frente à tragédia recorrente, tornando verdadeiros cúmplices do massacre destas populações invisíveis aos olhos da sociedade.

Mas o que tem haver a telenovela com a seca? Bem, ao meu ver é a mobilização social em torno de um tema que diz respeito à vida real das pessoas é que poderá apontar na direção da solução deste problema secular. Na telenovela como visto na semana passada, houve uma incrível mobilização das pessoas, se reunindo em família, entre amigos, em bares, restaurantes para assistirem pela “telinha”, o destino dos personagens do drama fictício. Mas porque não mobilizar para acabar em definitivo com este drama da vida real? Não somente doando alimentos, e roupas, que muitas vezes não chegam aos que necessitam, mas pressionando diretamente os governantes, os políticos. Discutindo, estimulando o debate sobre o drama da seca, nas rádios, televisões, blogs, jornais, nas entidades de classe, pelos artistas, jogadores de futebol, pelo povo. Uma certeza que existe é que para acabar definitivamente com o flagelo da seca só depende da mobilização popular.








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