terça-feira, 27 de novembro de 2012






Parque sujo e abandonado

O leitor Christovam Guerra faz a seguinte denúncia: “Caro Robson.
Avô é avô e, sábado retrasado, fui com o meu neto mais novo, de um ano e meio, ao Parque Treze de Maio, e que decepção... Sujeira total, abandono, animais esfomeados e lagos sujos. Que vergonha! Muita sujeira e as tartarugas sobrevivendo do que os usuários jogam de restos de comidas dentro dos lagos. Boa aparência só os gansos e patos, porque saem à procura dos alimentos dentro do próprio parque e os enjaulados morrem de fome. Não se trata de falta de verba para a limpeza e trato dos animais, porque empregados existem, próprios ou terceirizados, estão por lá em toda parte pachorrentamente sentados, sem nada fazer. Seguranças também têm, não circulando, mas todos numa espécie de quiosque com TV e ventiladores. Afinal, faz muito calor na cidade. O parque só está precisando de administração eficiente e daqueles “vassourões”, tipo ciscadeiras ou ancinhos, que têm uma malha de ferro para puxar a sujeira dos lagos e, logicamente, renovar as águas imundas. Nada que um bom administrador não possa ordenar e coordenar”
.


Peró - Pelo segundo ano, o Projeto Histórias Andantes, do Instituto Peró, braço social do Shopping Gurararapes, ganhou o apoio do Projeto Criança Esperança, da Rede Globo, em parceria com a Unesco. O Andantes leva atividades de mediação de leitura e contação de histórias para espaços públicos de Jaboatão, como praças, escolas, paradas de ônibus, mercados e ruas e estimula o gosto pela leitura. E incentiva visitas à Biblioteca Peró, com mais de 4 mil títulos e aberta à comunidade. Irá receber R$ 50 mil do Criança Esperança.




Obra inacabada




O leitor Dilson, autor da foto, denuncia as obras paradas na pavimentação das vias que margeiam o Canal do Jordão. “Eram para terminar, agora em dezembro, e de uma hora pra outra abandonaram tudo, inclusive esses tubos que ficam expostos no meio da rua. Os mesmos seriam para fazer a drenagem da referida via, só que estão servindo para bandidos se esconder e de consumo e de vendas de drogas. Também servem como motel”,denuncia o leitor.




Merece respeito

Dilson afirma: “Também é lastimável que crianças, por falta de parques infantis, teimem em brincar nos tubos. Pedimos a Cehab que conclua a obra, pois o povo do Jordão merece respeito. E não é só em tempo de eleição que temos valor”.




Engarrafamentos

Ricardo Alex de Lima considera inadmissíveis os engarrafamentos, na Avenida Dom Hélder Câmara, sentido subúrbio/cidade, devido aos muitos buracos e ninguém toma providência. Todo dia é a mesma coisa e os motoristas já não aguentam mais.


Barro/Ceasa

O Grande Recife Consórcio de Transporte esclarece à leitora Kalline Silva, que vai avaliar a sugestão sobre a ampliação do itinerário da Linha 108 – Barro/Ceasa. O usuário pode contatar a Central de Atendimento ao Cliente pelo 0800.081.0158.


Frases & Minipoemas




O meu quarto livro - Frases & Minipoemas - está à venda, por 20 pratas, no Restaurante Dom Pedro, na Rua do Imperador, em frente ao Arquivo Público Estadual, no Bairro de Santo Antônio. Quem se interessar, pode procurar Nivaldo. Ou encomendar pelo e-mail rsampaioblog@gmail.com.



TV - A Leiaut abriu inscrições para o Curso de Circuito Fechado de TV e, o pré-requisito para realizar o curso, é ter algum conhecimento sobre eletricidade. Informações: 3081-5552 e 3223.0387.



CRO-PE - Amanhã, eleição da diretoria do Conselho Regional de Odontologia-PE (CRO-PE), das 8h às 16h. Cirurgiões-dentistas do Recife votam, no Colégio Agnes, nas Graças. De outras cidades, através de carta registrada, via-Correios.



Boa Ação - O Projeto Árvore Solidária, do Plaza Shopping, vai até 18 de dezembro, no piso L3, 371. Cartões, com nomes e idades de crianças de comunidades e instituições do entorno do shopping, esperam um padrinho disposto a comprar um presente de Natal.



Dança - O Projeto Cena Cumplicidades abriu inscrições para o workshop gratuito Dança em Vão, com Cláudio Lacerda. Tel: 8837.1485 e bureaudecultura@gmail.com.




Poesias:

Filhos da Caatinga

Robson Sampaio

Ôxente, meu fio,
cadê o boi no cercado
e toda aquela plantação?
Foi embora no vento,
sumiu tudo no céu,
feito ave de arribação.
Agora, é só terra em brasas,
ardendo que nem tição.

Do gado só as cabeças,
igual assombração.
Feito rio escorregadio,
a terra plantada se foi,
levada no deslize do chão.
Ai, que tamanha judiação.

Inhô, num gema não,
basta de choro e reza,
feitos só de lamentação.
A terra é seca e batida,
igual alma sem alumiação,
mas, de gente com fé no Santo,
indo e vindo, solta pelo Sertão.

São os filhos da Caatinga,
sofrendo toda humilhação.
Mas, briga, mata, esfola ou morre,
mesmo sem ser Lampião.
Ôxente, sêo Capitão,
Virge, Santa Maria,
pra quê ser tão valentão?
Num tem nem quase a vida
e, muito menos, esse chão.

Cruz credo, Ave Maria,
dê-me a benção Padim Ciço,
pois, é só dor no meu Sertão.
Mas, juro meu Santo querido,
que de fome, a gente num morre não.



Boi no laço?

Robson Sampaio


Rebanho no pasto,
boi no laço,
corte inclemente,
fartura na mesa,
só de “oiá”...

Em “riba” do jumento,
só sofrimento,
terra batida,
chuva é miragem,
barriga vazia,
só rapadura,
só lambuzar.

Rebanho no pasto,
boi no laço,
fartura na mesa,
só de “oiá”...

“Óia” a caatinga,
vaqueiro valente,
só boiadeiro.
Cadê, o pasto?
Cadê, o boi?
Penitência e
assombração?


A Cruz do Patrão

Robson Sampaio

Ecoam gritos eternos na
vastidão das noites e do mar.
Gritos de dor lancinante,
tão fortes que trepassam os
arrecifes, as almas e emitem
sons quase selvagens.
São lamentos de negros
sem o sonho da liberdade,
feridos de saudades e de morte.
Submissos à espera do senhorio
estão os filhos da vida sem vida,
confinados na Cruz do Patrão,
onde o tempo não sepulta a lenda
e a injustiça ainda açoita os insepultos,
escravos-fantasmas...




Meninos de Rua

Robson Sampaio


Meninos de rua
gente sem nome
Meninos das pontes
gente sem teto
Meninos dos ventos
gente sem mundo
Meninos do nada
gente sem alma

Cavaleiros do medo, cavaleiros da morte,
guardai as armas, guardai o ódio,
bastaria, apenas, um simples brinquedo...


Meninos de rua
gente sem nome
Meninos da fome
gente sem paz
Meninos do vício
gente sem lei
Meninos do crime
gente sem perdão

Cavaleiros do medo, cavaleiros da morte,
guardai as armas, guardai o ódio,
bastaria, apenas, um simples brinquedo...

Meninos de rua
gente sem nome
Meninos da cola
gente sem riso
Meninos da cruz
gente sem fé
Meninos da dor
gente sem choro

Cavaleiros do medo, cavaleiros da morte,
guardai as armas, guardai o ódio,
bastaria, apenas, um simples brinquedo...

Meninos de rua
gente sem nome
Meninos do passo
gente sem frevo
Meninos do povo
gente sem rosto
Meninos da vida
gente sem gente...



Casa da Cultura

Robson Sampaio

Os quatro cantos do mundo
Nos quatro raios da Casa:
- Norte, Sul, Leste, Oeste...
Nada do fechar de cadeados, nada do ranger de correntes,
nada dos gritos de desespero. Só os lampejos da criatividade
Só o dom mágico do artesão, só os tons sonoros do azul
do Recife...

Os quatro cantos do mundo
Nos quatro raios da Casa:
- Norte, Sul, Leste, Oeste...
Nada da solidão dos apenados, nada dos carcereiros carrascos,
nada da humilhação das grades.
Só a certeza da liberdade, só alegria dos livres, só o ir e o vir
do Recife...



(In)consciência!

Robson Sampaio

Anjo, ele é.
Só que é um anjo diferente desses
que enfeitam igrejas, santuários, capelas
ou que aparecem corados, gorduchos e
risonhos em pinturas celestiais.

Anjo, ele é.
É um anjo do sofrimento, do abandono,
da fome, da miséria e do esquecimento.
Mas é um anjo, mesmo sem nada, sem-teto,
sem arcanjo e sem guarda.

Anjo, ele é.
De traços angélicos, de olhar infantil,
que chora de fome, que treme de frio; que
dorme nas calçadas ou nas mesas solitárias
dos bares vazios das noites-madrugadas.

É um anjo, sim.
De vestes esfarrapadas, de corpo sujo,
de andar sem rumo, de extrema penúria,
de querer ser santo na espera da morte.
É o anjo da nossa (in)consciência!




Sou arrecifes...

Robson Sampaio

Sou arrecifes,
de pedra esculpida nos
rebentes das ondas do mar
e na força dos ventos.

Sou arrecifes,
de arrebentação
de Sol no rosto
de águas azuis
de gosto de sal
de gente do frevo.

Sou arrecifes,
de pedra esculpida
de pontes rochosas
na sinuosidade
do Rio Capibaribe.


Dor é dor...

Robson Sampaio

Dor não se mede
Dor não se compara
Dor é dor..

Dor da saudade
Dor do amor
Dor da fome
Dor do parto
Dor da vida
Dor da dor...

Dor se sofre
Dor se cura
Dor é dor...


Recifense...

Robson Sampaio

Nas águas eternas do Rio Capibaribe,
naveguei sonhos e derramei lágrimas
de tristezas e de alegrias.

Nas ondas salgadas da Praia de Boa Viagem,
molhei o corpo e purifiquei a alma.

Nas pontes históricas do Recife,
forjei o destino e percorri as trilhas
da vida.

E, só assim, me tornei recifense...


Mamulengo?

Robson Sampaio

A alma fora do corpo,
a carne feita em pedaços
triturada em vários braços
e o corpo fora da alma.
O preço do desapreço
transforma a dor em lamentos
e a vida não vale nada.
A alma fora do corpo
e o corpo fora da alma.
Os sussurros são fingimentos
de um prazer sem sentimentos,
a face talhada em dor
pela indiferença da gente.
A alma fora do corpo
tal qual um mamulengo...


Os invisíveis...

Robson Sampaio
Menino dos olhos
grandes e olhar vazio,
a mão no queixo
e o semblante triste.
É a dor da vida,
da indiferença
e do desamor.

A alma ferida,
as entranhas doídas,
a fome amarga
e o coração de pedra.
É a dor da vida,
da indiferença
e do desamor.
São os invisíveis!


O Recife

Robson Sampaio


O Recife não é uma aldeia.
- O Recife é um estado de ser...
Suas luzes, naturais ou artificiais,
não são luzes e, sim, o alumiar
dos teus olhos.

Reflexos de todos nós,
recifenses ou arrecifensados,
onde as luzes não são luzes,
mas olhos debruçados sobre
o Capibaribe, um traço indivisível
de ser o Recife...



As rosas...

Robson Sampaio

No jardim, as doze
rosas vermelhas.
E uma delas, murcha!
As demais:
O olhar
O piscar de olho
O sorriso,
As mãos dadas
O primeiro beijo
A paixão
A primeira vez
As outras tantas vezes
A vida a dois
A vida feliz
A vida infeliz
A rosa murcha...


Ah, infeliz espera...

Robson Sampaio

Espera. Ah, infeliz espera...
Para não dividir os minutos
Só calculei os segundos
Soma do daqui há pouco
Demora de meia-hora
Instantes intermináveis
Horas e horas de angústia...

Espera. Ah, infeliz espera...
Épocas de desassossego
Multiplicador de desespero
Sem fim de sofrimento
Subtração do amor
Tempo perdido da dor
Vontade de ser eterno
Para esperas de sempre...

Recife (Noturno)

Robson Sampaio


Só gosto de ti à noite,
quando os abstêmios dormem
e os boêmios saem às ruas
em busca do nada.

Só gosto de ti à noite,
quando batem lembranças
de amor e de sonhos perdidos
no tempo.

Só gosto de ti à noite,
quando me debruço sobre
o Rio Capibaribe e, assim, consigo
ver a minha alma e a chorar
a dor do mundo.

Só gosto de ti à noite,
quando pertences por inteiro
aos boêmios, vagabundos
e poetas.


Vou “m’imbora pro” Recife...

Robson Sampaio

Vou “m’imbora pro” Recife
do mar, das jangadas, das redes,
dos pescadores, dos peixes, do caçuá,
dos mangues, das ostras, dos siris,
dos caranguejos e da minha gente...

Vou “m’imbora pro” Recife
dos caboclinhos, da ciranda,
do maracatu, do baque-virado,
do Galo da Madrugada,
do Homem da Meia-Noite,
do frevo e dos meus foliões...

Vou “m’imbora pro” Recife
dos arrecifes, das pontes, dos becos,
das travessas, dos bares, dos botecos,
dos boêmios, da lua, das estrelas, do vento,
do sol, dos meus sonhos, da minha sina e
do meu Capibaribe...

Eu vou “m’imbora pro” Recife e
vou “m’imbora pra” mim mesmo!


Corpo e Alma...

Robson Sampaio


A explosão de fogo,
no clarão do morteiro certeiro,
dilacerou a carne divina,
mas, não matou a minha
convicção na paz.

Apenas exibiu a insanidade
bélica dos homens: pobres
mortais, pobres incrédulos.

Porém, o dom sagrado
da vida, dado por Deus,
nem é só corpo nem é só alma;
e, sim, corpo inteiro,
esculpido em matéria e luz.
Sangue de Jesus...

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